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O cenário da energia renovável no Brasil

4 de novembro de 2024 O cenário da energia renovável no Brasil

A Ibitu Energia é uma das maiores geradoras de energia renovável do Brasil, comprometida em fornecer soluções limpas e sustentáveis para a nossa população. Com um portfólio de 745 MW em operação e projetos que somam mais 1,2 GW, a empresa está presente nos estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, sempre com foco em atender as necessidades dos seus clientes. Além de gerar energia, a Ibitu se destaca pelos seus valores, que incluem diversidade, inclusão e uma atuação baseada em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), com o propósito de deixar um legado positivo para as futuras gerações. 

Nesta conversa, Élia Santos, gerente de Comunicação e ESG da Ibitu, entrevista Paulo Abranches, CEO da empresa, e Camila Ramos, CEO e fundadora da CELA (Clean Energy Latin America), consultoria especializada em M&A e Estratégia Financeira com foco em Energias Renováveis, que está realizando um trabalho de reposicionamento de estratégia da empresa. Na conversa, eles exploram o cenário da energia renovável no Brasil e as transformações que estão moldando o futuro do setor. Com uma visão acessível e inspiradora, o bate-papo destaca como a Ibitu está se preparando para liderar a transição energética, sempre buscando equilibrar inovação, sustentabilidade e impacto social. 

Élia Santos:  Camila, como você enxerga o atual cenário de energia no Brasil e no mundo? 

Camila Ramos: O setor de energia elétrica está passando por uma revolução, impulsionada tanto por mudanças internas quanto por megatendências globais, sendo a crise climática o pano de fundo. Apesar das metas do Acordo de Paris, as emissões de gases de efeito estufa continuam a crescer. Nesse cenário, descarbonização e eletrificação são fundamentais: se algo pode ser eletrificado, será. Setores como o de transporte estão adotando soluções para reduzir emissões, com a eletrificação de frotas. 

Outra tendência global é a digitalização, que transforma como vivemos e trabalhamos, além da descentralização, com o crescimento da geração distribuída. Por fim, o foco no cliente é essencial. O setor, antes voltado à venda de energia por leilões, está mudando. Empresas que conseguem fidelizar o cliente terão um futuro promissor. 

Élia Santos: Paulo, a Ibitu está passando por um reposicionamento estratégico. Quais são os principais motivadores e objetivos dessa mudança? 

Paulo Abranches: Como a Camila mencionou, nosso setor está passando por transformações profundas nos últimos anos e esse processo tem acelerado cada vez mais. Na Ibitu Energia, entendemos que esse é o momento ideal para repensar nossa estratégia e aproveitar essas mudanças para gerar ainda mais valor para os nossos clientes. Com o reposicionamento buscamos estar mais próximo do cliente – além de entender e atender seus desafios para trabalhar em parceria para construir soluções cada vez mais customizadas e sofisticadas. Nosso objetivo é alavancar nossa expertise tecnológica, especialmente nas áreas de energia eólica e solar, adicionando mais inovação para atender melhor nossos clientes. Em resumo, esse reposicionamento visa fortalecer essa relação de parceria e aprimorar continuamente nossas soluções. 

Élia Santos: Camila, falando sobre os três D’s, quais oportunidades você vê para que as empresas cresçam ao investir na descarbonização com energia renovável? 

Camila Ramos: Os três D’s (digitalização, descentralização e descarbonização) são essenciais. Com a descentralização, o mercado livre de energia está se abrindo para consumidores menores, o que muda o foco das empresas. A simplicidade é fundamental para lidar com esses novos clientes. A digitalização facilita soluções menos burocráticas e fortalece o relacionamento com o cliente. O crescimento dos datacenters também representa uma oportunidade significativa. O consumo de energia pelos datacenters vai mais que dobrar até 2026, e o Brasil, com sua energia renovável, tem grande potencial. Além disso, parcerias de longo prazo são cada vez mais valorizadas pelos grandes clientes. 

Élia Santos: Paulo, quais são os segmentos mais relevantes para as soluções de energia que a Ibitu pretende oferecer neste novo momento? 

Paulo Abranches: Na Ibitu, estamos cada vez mais próximos dos clientes, buscando entender seus desafios para desenvolver soluções sob medida e, em alguns casos, até compartilhar riscos. Estamos focados na abertura do mercado livre de energia, especialmente em consumidores menores, com soluções mais padronizadas. Além disso, dois setores emergentes são prioritários: a nova industrialização, como o Power-to-X e o hidrogênio, onde queremos atuar em parceria com produtores; e a digitalização, que oferece um grande potencial no Brasil.  

O país tem ótimas condições para atrair datacenters, não só pela energia verde e competitiva, mas também pela estabilidade geopolítica, algo essencial para grandes empresas de tecnologia. Com a crescente demanda por inteligência artificial e a pressão para usar energia limpa, muitas dessas empresas – especialmente na Europa e nos Estados Unidos – não aceitarão datacenters alimentados por energia a carvão. Nesse cenário, a Ibitu se destaca com projetos competitivos, buscando parcerias tanto com novos quanto com datacenters já existentes, oferecendo soluções personalizadas. Esses são os principais focos da Ibitu Energia neste momento.

Élia Santos: Camila, quais são os principais desafios para integrar inovação e sustentabilidade em novos projetos de energia limpa? 

Camila Ramos: Integrar inovação no setor elétrico requer dois fatores: arcabouço regulatório e competitividade. O armazenamento de energia com baterias é um exemplo, mas ainda enfrentamos altos custos e falta de regulamentação no Brasil. Sem essas regras, o crescimento é limitado. Com regulamentações claras, mais players entram no mercado, aumentando os investimentos e reduzindo os custos. A energia eólica e solar, que antes eram caras, são agora as mais baratas do Brasil. 

Élia Santos: Paulo, sobre o crescimento da Ibitu, o que a empresa está fazendo para se preparar para o futuro? 

Paulo Abranches: Embora eu não possa entrar em muitos detalhes sobre os novos projetos, posso citar alguns exemplos. Um deles envolve o uso de baterias. Estamos trabalhando em um projeto de grande porte onde já integramos as fontes de energia eólica e solar, que se complementam muito bem. Nesse mesmo local, estamos desenvolvendo uma solução de armazenamento com baterias para harmonizar ainda mais o fornecimento de energia. Além disso, temos parcerias em andamento com empresas no setor de hidrogênio verde e seus derivados, uma área em que estamos apenas começando a atuar.

Élia Santos: Camila, quais são os principais fatores que uma empresa de energia deve considerar para gerar valor a longo prazo, especialmente em relação à sustentabilidade? 

Camila Ramos: As mudanças climáticas são o pano de fundo de tudo. As tecnologias de energia renovável não só podem ser implementadas em grande escala, mas também de forma competitiva. Hoje, as empresas precisam operar dentro do contexto ESG, que se tornou central tanto para investidores quanto para consumidores. No Brasil, temos uma matriz elétrica com cerca de 90% de fontes renováveis, o que nos coloca em posição de liderança. Globalmente, há muito trabalho a ser feito, mas o Brasil pode servir de exemplo para outras economias. 

Élia Santos: Paulo, quais você considera os principais diferenciais da Ibitu ao se posicionar no mercado e oferecer soluções aos clientes? 

Paulo Abranches: Os principais diferenciais da Ibitu Energia estão em nossa plataforma completa e na capacidade de inovação tecnológica. Atuamos em toda a cadeia, desde o desenvolvimento até a construção e operação de parques de energia renovável. Temos expertise tanto em energia eólica quanto solar, e em breve expandiremos para outras tecnologias, o que nos coloca em uma posição de destaque. 

Outro grande diferencial é nossa capacidade de gerenciar riscos de forma controlada, algo que oferecemos em parceria com nossos clientes. Sabemos como assumir riscos estratégicos, oferecendo flexibilidade para desenvolver soluções mais competitivas, especialmente no contexto da transição energética. Um exemplo disso são nossos clientes de datacenters, que têm se tornado um foco importante em nosso novo posicionamento estratégico

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