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Nosso papel na transição energética

26 de maio de 2023 Nosso papel na transição energética

A transição energética é um tema bastante discutido atualmente e continuará sendo por muitos anos, tamanha a sua importância para o nosso futuro.

Trata-se de um conceito que envolve mudanças estruturais nas matrizes energéticas dos países, com o objetivo de migrar de um modelo ainda predominante de combustíveis fósseis, como o petróleo, para a geração de energia a partir de fontes renováveis e limpas, como solar e eólica.

Mas afinal, por que precisamos da transição energética? E como isso tem sido feito aqui e no mundo?

Quem responde para nós essas e outras dúvidas sobre o tema é o Charles Pereira, Engenheiro de Desenvolvimento da Ibitu. Confira abaixo o artigo assinado pelo profissional.

Um planeta cada vez mais quente

Nos últimos 100 anos, a temperatura na Terra aumentou em torno de 0,5°C e a estimativa, segundo pesquisadores, é que, até o fim deste século, possa ter um aumento de até 4°C.

Segundo grande parte dos cientistas, esse aumento de temperatura média do planeta ocorre pela grande quantidade de gases de efeito estufa (GEE) emitidos pelas atividades humanas, especialmente na queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e carvão mineral.

Entre as consequências mais graves dessa elevação de temperatura estão os eventos climáticos extremos, caracterizados pelo aumento de frequência e intensidade de ciclones tropicais e extratropicais, ondas de frio e de calor, estiagem, queimadas, tempestades e, consequentemente, inundações e deslizamentos, entre outros.

Força tarefa para o controle da temperatura

Entendendo que possuem um papel-chave para a redução de emissões de gases, organizações pelo mundo vêm estabelecendo acordos internacionais na busca por estratégias que viabilizem soluções de eficiência energética e que protejamo meio ambiente e as populações.

É o caso, por exemplo, do Acordo de Paris, o tratado mundial que tem como objetivo reduzir o aquecimento global. Ele foi aprovado em dezembro de 2015 e entrou em vigor em novembro de 2016.

Outro exemplo que podemos destacar é a RE100, iniciativa global que reúne mais de 300 empresas comprometidas com o uso de 100% de eletricidade renovável e aceleração para a zero emissão de carbono. 

Segundo dados divulgados em janeiro deste ano pelo Relatório Anual de divulgação da RE100 2022, apesar de ainda haver muitos desafios, as empresas membros do grupo relataram ter consumido 49% de eletricidade renovável em 2021, acima dos 45% em 2020 e 41% em 2019.

O papel do Brasil na transição energética

Cada país encontra-se em momentos distintos desse processo, que é gradativo e nada simples. Mas, felizmente o Brasil é privilegiado sob a ótica de recursos naturais, permitindo com que estejamos alguns passos à frente.

Um marco importante que podemos considerar foi o anúncio feito em janeiro deste ano pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a criação da Secretaria Nacional de Transição Energética, o que demonstra o interesse político sobre o assunto.

Sendo protagonistas no processo de obtenção de uma matriz energética cada vez mais limpa, as fontes de energia renovável, principalmente a energia solar e eólica, crescem em ritmo acelerado. 

A energia solar, por exemplo, era pouco representativa na matriz elétrica nacional há alguns anos. Segundo o Balanço Energético Nacional de 2017, a participação da energia solar em 2016 foi de 0,01%. 

Já no cenário atual, vemos grandes avanços. De acordo com dados do Sistema de Informações de Geração da Aneel (SIGA), coletados no dia 20 de março, a matriz elétrica brasileira já conta com a capacidade de geração fiscalizada de usinas fotovoltaicas de 4,32%.

Enquanto isso, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) informa, em seu infográfico publicado no dia 3 março, que a fonte de energia solar alcançou a participação de 12% da matriz brasileira, ao considerar também os sistemas de micro e minigeração distribuída solar instalados em residências, comércio, indústrias, entre outros.

Nosso papel rumo a zero emissão de gases

Empresas geradoras de energia com portfólio renovável, como é o nosso caso, contribuem de forma direta com a transição energética.

A presença de ativos eólicos, hídricos e fotovoltaicos permite que a empresa apresente um perfil de geração bastante complementar, dadas as características de cada fonte de energia, e evite a emissão de milhões de toneladas de dióxido de carbono anualmente.

Vale mencionar que a transição energética não está relacionada somente à geração e ao consumo de energia a partir do máximo possível de fontes renováveis. O conceito é mais amplo, e engloba gestão de resíduos, eficiência energética, digitalização de processos, entre outros aspectos.

Em resumo, a transição energética contribui com a sustentabilidade energética, econômica e social, resultando em melhor qualidade de vida e redução dos efeitos do aquecimento global.

E nós, da Ibitu, colocamos esse objetivo no centro de todos os negócios, intensificando o espaço que o Brasil ocupa no mundo na busca por  zero emissão de carbono, desenvolvendo os locais onde atuamos e protegendo o futuro das próximas gerações.

Charles Pereira

Fontes: Balanço Energético Nacional; Eventos extremos | Observatório de Clima e Saúde; Transição energética: rumo ao desenvolvimento sustentável

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