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Sob olhar de quem faz a energia acontecer

11 de agosto de 2023 Sob olhar de quem faz a energia acontecer

Muito se fala sobre a importância da energia elétrica e como a garantia de sua eficiência é uma questão vital e um direito de todos. Mas e para quem atua diretamente nas atividades operacionais de geração de energia: como é realizar um trabalho tão essencial para a vida de qualquer pessoa?

Iris da Silva, Operadora de Sistema Elétrico da Ibitu, é uma dessas profissionais que fazem a energia “acontecer”, o que, segundo ela, é um trabalho que tem um significado especial.

Outro impacto também considerado importante pela colaboradora é poder ser uma das representantes da força feminina nas operações, inspirando outras mulheres que desejam seguir esses mesmos passos. Ela conta que exerce a sua profissão sem passar por nenhuma distinção de gêneros e que também tem espaço para continuar se desenvolvendo na área.

Confira o relato completo da Íris a seguir sobre como tem sido a sua experiência em nossa empresa!

O nascimento de um sonho

Eu trabalhei durante seis anos como gerente financeira de um buffet. Mas, não me sentia realizada profissionalmente, pois queria fazer algo que acreditasse ser útil para a sociedade.

Decidi fazer um curso técnico de meio ambiente, em que tive conteúdos sobre energias renováveis e me interessei pelo assunto. Com isso, prossegui fazendo uma graduação tecnológica em energias renováveis, um curso que, naquele período, só tinha eu e mais uma colega de mulher inscrita. E foi assim que eu “chutei o balde” e resolvi me arriscar.

Início da jornada na Ibitu

Estou na Ibitu desde 2021 como Operadora de Sistema Elétrico, atuando no Centro de Operações Integradas, na área de Tempo Real, onde operamos remotamente todos os nossos ativos — hídricas, solares e eólicas —, 24 horas por dia.
E foi dessa forma, na área de energia, que encontrei o sentido que eu vinha procurando no trabalho, de fazer algo que impacta a vida das pessoas.

No Tempo Real, despachamos quase 1 giga de energia diariamente, e a gente sabe que tudo isso contribui para o desenvolvimento do Brasil e, de forma indireta, para a sociedade como um todo. É um trabalho que me enche de emoção, e nosso foco é garantir que os ativos trabalhem da forma mais eficiente possível, evitando ao máximo qualquer perda.

Além do Tempo Real, o Centro de Operações conta também com a área de Pré-Operação, em que são feitos todos os planos de atividades, e a de Pós-Operação, em que são realizadas análises, cria-se indicadores, entre outras atividades de avaliação.

Vivências e fortalecimento em campo

Nossas atividades na operação são bastante dinâmicas e ver o fruto da minha atuação é muito gratificante. Uma das partes primordiais do nosso trabalho são as visitas às nossas instalações, somadas ao fortalecimento da relação entre as equipes de operação e manutenção. Isso garante uma operação eficiente e segura e gera compreensão mútua das rotinas e dos desafios enfrentados por cada setor.

Um exemplo que considero especial foi o sucesso que tivemos em uma operação ilhada da Usina Hidrelétrica (UHE) Santa Clara. Devido a uma ocorrência externa no sistema elétrico, a Ibitu Energia foi solicitada a operar a UHE de forma ilhada para, assim, abastecer sozinha as cargas da cidade de Nanuque.

Como o sistema elétrico brasileiro é todo interligado, esse tipo de operação ilhada somente é utilizada para casos específicos. Ela exige total confiança e trabalho em equipe entre operação e manutenção, e reforça o quanto nosso trabalho contribui para sociedade.

Autorrealização e abertura de portas para outras mulheres

Sinto que estamos vivendo um momento de revolução, com mais inserção de mulheres nas atividades mais técnicas, especialmente no setor de operações de energia, uma área que, até então, a participação feminina era mais concentrada nas funções administrativas.
Me sinto muito realizada em desempenhar esse meu trabalho na Ibitu porque aqui sigo me desenvolvendo.

O trabalho na área de operações em tempo real, aqui na empresa, tem um diferencial que é o fato de todos os operadores serem capacitados para atuarem nos nossos três tipos de geração, ou seja, de energia solar, eólica e hidrelétrica.

Até então, eu estava habilitada para trabalhar nas usinas eólica e solar. Mas, em março deste ano, a empresa me proporcionou um treinamento para atuar em operações de usina hidrelétrica, o que me deixou ainda mais motivada, com mais oportunidade de ampliar meu conhecimento e minha experiência.

O que percebo, como uma mulher nessa função, é que, aqui na Ibitu, as nossas competências técnicas e a nossa voz ocupam o mesmo espaço de respeito que a de qualquer outro operador, sem distinção. Sei que o meu líder ouve a mim e a todos os meus colegas da mesma forma!
Isso tem um significado muito grande. Afinal, nós, mulheres, já conhecemos desde cedo o quanto o nosso conhecimento pode ser subestimado em determinadas funções.

Portanto, além de eu encontrar o trabalho que eu tanto queria, que impactasse a sociedade, sei que ocupo um espaço de representatividade, mostrando para outras mulheres que é possível, sim, elas realizarem funções nas áreas de operações do setor de energia. Espero que o meu trabalho mostre a elas que, muitas vezes, precisamos bater em várias portas, sem desistir, até que uma se abra para nós. E que também todas e todos se lembrem de que lugar de mulher é onde ela quiser!

Iris da Silva

Operadora do sistema elétrico da Ibitu

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