Destaques

Eficiência sob o sol: conheça o dia a dia da manutenção do nosso complexo solar

6 de setembro de 2023 Eficiência sob o sol: conheça o dia a dia da manutenção do nosso complexo solar

Diferentemente de outras usinas de geração de energia, como a hidrelétrica e eólica, em que visualizamos grandes engenharias em movimento, muita gente pensa que a usina de energia solar demanda menos esforços por, visualmente, funcionar de forma estática.

Mas essa impressão esconde, na verdade, a demanda por um trabalho altamente qualificado de operação e, consequentemente, de manutenção, para garantir a melhor eficiência dessa incrível fonte de energia limpa e renovável.

Para explicar melhor como funciona essa rotina de manutenção de usinas de energia solar na Ibitu, o Coordenador de Manutenção do Complexo Solar de Caldeirão Grande 2, André Vieira, compartilha o artigo abaixo em que traz mais detalhes sobre o dinamismo dessa função.

Como o próprio nome sugere, esse complexo está localizado na região de Caldeirão Grande, no Piauí, e foi oficialmente inaugurado em abril de 2023. Ele tem capacidade instalada de 252 megawatts-pico (MWp) e gera energia limpa equivalente ao consumo de mais de 280 mil casas brasileiras, o suficiente para evitar a emissão de 298 mil toneladas de CO2 por ano.

Acompanhe o depoimento completo do André!

O dia a dia da Manutenção

 

O trabalho da área de Manutenção de usinas solares consiste em manter os ativos funcionando da melhor forma possível, ou seja, com as manutenções preventivas e corretivas em dia, sendo a preventiva fundamental para não gerar novas corretivas.

As funções do nosso time contemplam atividades como reparo dos circuitos, manutenção dos inversores e dos trackers, bem como lavagem dos módulos fotovoltaicos — o termo técnico para placa ou painel solar —, corte de vegetação, entre outras práticas.

Um ponto de destaque na nossa área de Manutenção é que a maioria dos profissionais que contratamos para a construção do Complexo fazem parte da mão-de-obra local. Entre eles temos, inclusive, pessoas que foram capacitadas por meio de uma parceria feita entre a Ibitu, o SENAI e a prefeitura municipal. Ou seja, a nossa empresa também vem promovendo impacto social na cidade desde antes da inauguração de CG2.

Desafios da área

A gente tem uma área construída de mais de 512 hectares, o equivalente a também 512 campos de futebol! Com isso, um dos primeiros desafios é localizar possíveis falhas e direcionar a manutenção da forma mais eficiente possível, com uma logística bem precisa.

Outra característica peculiar desse complexo onde atuamos é que ele faz parte de um projeto híbrido, uma vez que temos usinas eólicas no mesmo local, que é nosso parque Caldeirão Grande 1. Sabemos que, pela movimentação das eólicas, é importante ficarmos atentos às partículas de poeira, então utilizamos a mais alta tecnologia para fazer a lavagem dos nossos 390.383 mil módulos, que é realizada com água desmineralizada (importante para prolongar a vida dos módulos e a geração). Um compromisso nosso também é a de sempre utilizar a menor quantidade possível de água, em alinhamento aos nossos objetivos de excelência operacional e preservação do meio ambiente, um dos pilares ESG. Essa limpeza é feita em 2 ciclos anuais de lavagem de módulos, sendo que cada um deles leva 6 meses para ser concluído.

Também realizamos 3 ciclos anuais de corte de vegetação, além de manutenção de inversores, dos circuitos solares e dos mais de 12 mil trackers (um seguidor solar que direciona o módulo diante do sol, garantindo, assim, a sua melhor eficiência).

E ainda precisamos garantir a melhor comunicação com o nosso Centro de Operações Integradas (COI), que monitora em tempo real, 24/7, as áreas do complexo. Quando acontece alguma falha, por exemplo, essa área nos aciona para realizar os reparos imediatamente. Inclusive você pode conhecer um pouco mais sobre o trabalho do COI por meio deste artigo, que é assinado pela Iris da Silva, nossa operadora aqui na Ibitu.

Paradas de manutenção

Dentro da manutenção preventiva temos algumas classes, como manutenção semanal, quinzenal, mensal, trimestral, semestral, anual e bianual. Aqui no Complexo Solar de Caldeirão Grande 2, ainda não realizamos a parada de manutenção anual por ele ter entrado em operação recentemente, mas já compartilhamos o nosso trabalho com outras subestações da Ibitu (que são conjuntos de equipamentos responsáveis por transmissão, distribuição, proteção e controle de energia elétrica). Isso porque temos um trabalho muito bom em conjunto com as demais frentes da empresa, especialmente com nosso parque eólico Caldeirão Grande 1.

Nesse contexto, realizamos alguns ensaios específicos, que contemplam, entre outras dinâmicas, o desligamento programado de uma subestação de energia. Imagine o seguinte: a subestação é como se fosse o disjuntor da nossa casa que, quando desligado, ficamos sem luz a tarde inteira. Então, a gente precisa estar conectado a

uma rede e, a partir do momento em que a gente desliga a rede, interrompe toda a energia da usina.

É por isso que, quando esse desligamento é necessário, precisamos realizar o nosso trabalho o mais rápido possível, o que exige uma grande “força-tarefa”: reunimos cerca de 40 colaboradores de diversas localidades e distribuímos os trabalhos. Algumas pessoas vão para ensaios de equipamentos, outras para fazer o reaperto de equipamentos ou para a limpeza. Geralmente fazemos em um ou dois dias, graças a essa mobilização de mão-de-obra para a manutenção.

Todo esse ambiente de grande colaboração mútua e troca de experiências torna o trabalho ainda mais gratificante para mim e proporciona grandes oportunidades de desenvolvimento profissional. Entrei em na Ibitu em 2022, quando o Complexo ainda estava em construção, portanto, vi de perto seu crescimento, vivencio este momento marcante de início de atividades e me sinto incentivado a também crescer junto com a companhia.

André Vieira

Coordenador de Manutenção do Complexo Solar de Caldeirão Grande 2

Compartilhe